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diasdechocolate

diasdechocolate

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Não tenho filhos e não deverei tê-los tão cedo. Não sei o que é isso do amor dos pais pelos filhos. Racionalmente, entendo que perdê-los deverá ser a pior coisa do mundo. E espero que eu ou alguém próximo de mim nunca tenha de passar por isto. Eu sei, é egoísta este pensamento mas só de pensar na possibilidade de perder alguém importante deixa-me sem ar e completamente desorientada. Espero, sinceramente, que a Judite de Sousa e outros pais que perdem os seus filhos consigam encontrar um motivo para sorrir e (sobre)viver.

Coisas que me enervam (e que me acontecem tantas vezes)

1 - Gente que se coloca ao meu lado quando estou ao computador. Mesmo que não esteja a fazer nada de especial, sinto-me controlada e gosto muito pouco disso (e escrevo isto segundos após me ter acontecido mais um episódio desta maldita saga);

 

2 - Gente que conduz a 30km/h quando a estrada está em óptimas condições e não há carros à vista (e o limite de velocidade é 90km/h);

 

3 - Gente que interrompe as minhas refeições. De-tes-to que me façam isto! Os momentos em que estou a comer são sagrados;

 

4 - Gente que me liga em vez de mandar mensagem. Falar ao telefone não é das minhas actividades favoritas;

 

5 - Gente que me liga quando estou a dormir. Um contributo precioso para ficar mal-disposta uma boa parte do dia;

 

6 - Esquecer-me da chave do carro no quarto e só me aperceber disso quando estou, precisamente, à porta do carro, carregada de coisas e quando já atirei as chaves de casa para a mala.

 

 

E é isto, a minha vida...

Acreditar chega?

Eu não quero ser pessimista nem dramática mas as minhas perspectivas para hoje são más. Se querem mesmo saber, não acredito que consigamos passar esta fase. Fizemos quase tudo mal até agora e não creio que hoje seja muito diferente. Pelas previsões dos jornalistas, o Pepe vai voltar a jogar (por mim, ficava a ver o jogo do banco de suplentes até ao próximo Mundial) e vão manter-se outros que valha-me Deus, não fizeram nadinha em ambos os jogos. Acho que hoje, o "mister" Paulo Bento devia dar uma oportunidade aos que menos jogaram. É, eventualmente, o último jogo e podia ser que os menos utilizados dessem uma "sova" ao Gana e mostrassem aos colegas que há quem queira correr por Portugal, embora hoje pouco se possa fazer!

Avizinham-se umas du(r)as horinhas de sofrimento....

Amigas para sempreeee....

Na semana passada recebi uma surpresa tão boa mas tão boa que andei mais feliz o resto do dia. A propóstio da "Maior Rede de Obrigados" dos CTT, uma amiga de curso enviou-me uma carta de agradecimento por esta nossa "curta" amizade com um textinho onde descreve bem o que fizemos (e não fizemos) ao longo do curso. Quatro anos de muito disparate mas muito bons. E melhor que os anos que vivemos juntas é perceber que agora, com um ano de separação, tudo está igual. Não falamos todos os dias e quando falamos não posso dizer que a conversa tenha "cabeça, tronco e membros" só que é assim mesmo que tem graça. Ela é aquela pessoa a quem não preciso de dizer o que quer que seja, um olhar basta para saber o que estou a pensar. Recordando o que vivemos tenho saudades de tudo, dos fins-de-tarde de caminhada ou corrida para desanuviar, do café na varanda após o jantar, das noites passadas na risota e de tantas outras coisas pelas quais passamos!! Dificilmente voltamos a viver ou a trabalhar juntas mas quero acreditar que o que virá será melhor e esta amizade não se perderá. A distância não ajuda mas estes gestos ajudam a encurtá-la! E nada melhor que uma prova de amizade para melhorar os meus dias. E já agora, parabéns aos CTT pela excelente iniciativa. Tenho a certeza que, como eu, outras pessoas ficaram mais felizes!!!

Ai Portugal, Portugal...

Novo jogo, nova desilusão. Andamos nós a perder horas (preciosas) de sono para ver uma miséria daquelas. Habitualmente, não alinho neste tipo de discurso, de dizer que os jogadores não tiveram atitude, não honraram a camisola que vestiam mas hoje abro uma excepção porque é a verdade. A exibição foi para lá de má, faltou (muita) atitude e faltou acreditar que era possível. Portugal jogou com qualidade durante...cinco minutos! Talvez seja pouco para um jogo que dura noventa. Nos restante oitenta e cinco, vimos uns a correr atrás do golo e outros (os nossos) correrem (muito pouco) para segurar a pequena vantagem que tínhamos. É claro que podemos associar outras coisas como a lista interminável de lesões que somamos e a agressão ao Raúl Meireles que nos deixaria a jogar contra dez mas a verdade é que, comparativamente com a arbitragem do jogo anterior, esta foi imaculada. A mim parece-me que algo vai mal na nossa Selecção, não sei se o treinador, a equipa técnica ou os jogadores (percebo muito pouco de futebol para me aventurar nessas análises) mas quando vejo que quem representa o país perante o mundo não é capaz de correr mais depressa ou mais dois metros para ficar com a bola só pode ter dois significados: ou está cansado ou não quer. E ontem, tal como na quarta, pareceu-me que a maior parte não queria. Não queria correr, não queria jogar, não queria estar ali. Se estão cansados? Acredito que sim mas quem é que não preferia apanhar banhos de sol em vez de estar a trabalhar? Todos, não é verdade? O cansaço não justifica o que se viu ontem: catorze jogadores completamente "fora de jogo" durante a maioria do tempo e à espera que soasse o apito final. Não é assim que se ganham campeonatos. Quinta-feira deverá ser a despedida mas pelo menos que tenha mais atitude!!!

Inspirações de (quase) Verão

O mês de Junho é bem capaz de ser o meu mês favorito. Não faço anos nem tenho nenhuma data marcante para celebrar mas não há nada como o sol se pôr para lá das nove e meia da noite para despertar a boa disposição. Torna os dias enormes e é inspirador. Pelo menos para mim. Gosto de aproveitar os dias desde cedo mas, confesso, custa-me muiiito sair da cama pelo que os tento "aproveitar" até ser noite. E escrevo aproveitar com as devidas aspas dada a situação incerta que vivo neste momento. É, seguramente, uma das alturas mais dificeis porque passei nestes vinte e poucos anos que tenho. Terminei o curso, (obviamente) não encontro trabalho e há muito que os possíveis recrutamentos para o estrangeiro teimam em complicar, por um ou outro motivo e a vontade de atirar a tolha ao chão é cada vez maior. E se este sol (bem) quente traz alegria e optismismo, para mim tem também o efeito contrário. Começo a pensar no que gostaria de ser e ter (não é assim muito) e surge a tristeza e a nostalgia. Porque se já tive momentos muito felizes, agora tenho menos motivos para dizer que sou feliz. Corro atrás de muita coisa mas só vejo portas a fecharam-se e a esperança vai-se desvanecendo. Falta-me trabalho, falta-me companhia, falta-me viajar mais, falta-me ler mais, faltam-me mais (e bons) motivos para aproveitar estes dias de sol de início ao fim. Infelizmente, enquanto escrevia este post, mais uma resposta negativa chegou, mais um atraso que vai adiar a minha independência. Talvez tenha de quebrar algum enguiço para desimpedir estes entraves todos! 

Tenho mau acordar e então?

Desde que me lembro de existir que tenho mau acordar. Ou melhor, não é exactamente mau acordar, "só" tenho (muito) pouca vontade de conversar nos primeiros minutos depois de despertar. Há dias de excepção, claro, mas tão poucos que seriam dignos de registo! Tenho uma relação de preguiça comigo própria que me impede de levantar da cama ao primeiro toque do despertador. Quer dizer, nem ao primeiro nem ao quinto, sexto, décimo....é uma lástima! Os meus pais já estão treinadíssimos nesta coisa de não falar muito de manhã. Dizem-me apenas "bom dia" ao que respondo com uns grunhidos que na minha sonolenta linguagem significam o mesmo. Mais do que isto já é abuso. Aquelas conversas sobre o que comer, sobre estar atrasada (tão frequente) e sobre as primeiras notícias da manhã não encaixam muito no meu feitio. Gosto (e preciso) de ter ali uns momentos de ronha depois do despertador tocar, detesto acordar com muito barulho e que me digam repetidas vezes que tenho de me despachar. Eu sei que é pior adiar trezentas vezes o despertador, sei que é mais difícil levantar se ficar na ronha e sei que com tudo isso, acabo por me atrasar mas é melhor assim. O segredo para estar bem disposta o resto do dia é mesmo este, deixarem-me acordar, ao meu ritmo e sem stresses!!!

Incapacidade gera...discriminação

Já tenho reparado nisto muitas e muitas vezes e fico sempre sem perceber o motivo. O quê? Então eu passo a explicar. Hoje de manhã, durante o meu pequeno-almoço de baleia, estava a ver uma notícia sobre uma actividade que os utentes de uma instituição desenvolvem não só para ocuparem os seus dias como também para rentabilizar uma matéria-prima típica da região. Até aqui tudo bem. Acontece que esses utentes (maiores de idade) sofriam de deficiências físicas e cognitivas e, quase sempre nestes casos, os jornalistas resolvem tratá-los por tu e não por você como, respeitosamente, fazem com outras pessoas maiores de 18 anos. Como disse no início, já reparei nisto dezenas de vezes e parece-me não só uma falta de respeito como também uma forma de discriminação à descarada. Nunca vi um jornalista entrevistar outros adultos e tratá-los por tu, por isso parece-me demasiado idiota que o faça neste caso, ainda mais quando o faz para uma reportagem que será transmitida para todo o país/mundo e que deve ser um modelo no que toca ao respeito e correção da linguagem aí utilizada. Na realidade (na triste realidade), é só um reflexo da atitude do país perante pessoas com incapacidade. Não podemos esquecer outros como a falta de rampas de acesso às instituições, a altura a que estão as caixas multibanco, os estacionamentos reservados muitas vezes ocupados por pessoas "apenas" mal educadas, a falta de oportunidades de trabalho...enfim! Estes são só alguns dos actos que, a par deste, deixam a descoberto aquilo que ainda há a fazer na inclusão de pessoas com deficiências físicas e défices cognitivos. Pena é que passem os anos e só se ouçam discursos e nada passe disso mesmo, apenas palavras!

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