Chegou (finalmente) ao fim de uma semana daquelas que não se desejam a ninguém (nem aquelas queridas que comem às toneladas e, ainda assim, os abdominais se mantém intactos). Comecei a semana com uma dor tormentosa num pé que não me deixou dormir e limitou-me em tudo o que tinha de fazer (e aumentou o lote de palavrões que digo para mim mesma, diariamente)! Mas a festa não fica por aqui. Costuma dizer-se que uma desgraça nunca vem só e, como cá por casa gostamos de respeitar as tradições, mais uns elementos do agregado familiar ficaram tortos e pregaram umas belas partidas aqui à menina. Agora, juntem os ingredientes todos e imaginem: "manca", stressada, moribunda e a treinar a meio gás. Resultado: estou insuportável. Até para mim própria! Sinto uma fome descontrolada e insaciável (o desejo do doce levou-me a comer batata doce com mel e canela), estou mais sonolenta que a minha gata e, como se não chegasse, tenho trabalho para fazer até às orelhas mas na hora de arrancar não tenho ideias e a vontade também se esgueirou sei lá bem para onde. Ou seja, estou f...tramada!! A próxima semana promete e tenho tudo encravado porque o meu cérebro está cheio de nuvens! Talvez precise só de dormir. Ou fazer uma aula de yoga! Ou aderir ao mindfulness! Ou se calhar isto tudo, não sei bem. Mas enquanto não sei, vou só ali à cozinha despachar um almocinho catita (para não meter o dente no que não devo) porque a tarde tem de ser de muito e bom trabalho!!!
Ora aqui está uma festividade pela qual o meu coração não palpita! Não hostilizo quem se mascara mas não acho graça, pronto! E se há coisa que me incomoda no Hallowen é mesmo....a quantidade de abóbora estragada!!! Pelo-me por panquecas ou pão de abóbora e quando vejo abóboras desperdiçadas a imitar monstrinhos, penso logo na quantidade de coisas que podia fazer com elas. Por isso, se estiverem a pensar fazer estas atrocidades, antes da primeira facada, enviem-nas cá para casa que tratarei bem delas. Prometo!!!
Depois de uma noite de merda em que saltei da cama às 5 da manhã por força das dores horrorosas num pé, dilúvios na ida e volta do trabalho, trânsito e, ao fim do dia, a notícia bombástica do fisioterapeuta avisando-me para não fazer nada durante uma semana. "Nada? Mas nada como? Não posso correr...nem caminhar?" (isto em tom de desespero). "Não" - diz ele a sorrir e a lembrar-me que os jogadores de futebol também param e depois voltam ao normal! Tuuudo bem (lá para o fim-de-semana quero ver quem me atura)! Mas, voltando à manhã e com todos os stresses próprios desta altura do dia, devo confessar que me vieram as lágrimas quando li que o Luaty Beirão tinha terminado a greve de fome. Felizmente! Sempre defendi que o fizesse ainda que reconheça a valentia e coragem da sua ação para atrair atenções para o problema democrático que se vive no seu país. Ainda assim, achava (e acho) que é melhor lutar por justiça e liberdade estando vivo, forte e juntos dos seus. E, ainda que tenha esperança que Angola venha a ser um país livre, com liberdade de expressão, acho que a mulher e a filha não mereciam o sacríficio de o perder para esta causa. Nãz faz sentido! A democracia deve servir para unir e não para deixar ninguém orfão!
Eu adoro sol e calor mas confesso que o Outono tem, para mim, um encanto especial. As folhas mudam de cor, as ruas vão-se transformando em belos tapetes com aquelas que caem e tudo ganha aquele tom entre o laranja e o amarelo que eu tanto gosto. Acho que é uma estação algo poética e introspectiva muito por força daqueles dias mais frios mas bem iluminados pelo sol que brilha como se fosse Verão e que convidam a umas belas tardes em frente à lareira com um livrinho nas mãos!
A par das cores e da temperatura, o Outono tem outros encantos que me conquistam, ou melhor, conquistam o meu estômago: castanhas que, acabadinhas de assar são um conforto para a alma, e dióspiros. Gosto de todos os tipos de fruta mas tenho uma paixão enorme por esta maravilha e ter dióspiros em casa é meio caminho andado para os fazer desaparecer em pouco tempo!!
Uma coisa é certa, enquanto houver castanhas e dióspiros, acho que o Verão fica um bocadinho esquecido!!!
A minha mãe diz-me, frequentemente, que gosto muito de dar a minha opinião. Consideraria um elogio se isto não fosse dito sempre que a minha opinião esbarra com a dela mas não deixa de ser verdade. E, francamente, acho que é algo muito positivo. Foi assim que me educaram, não só os meus pais como a sociedade de uma forma geral! Não sou mal educada nem sempre é possível dizer tudo o que penso mas sempre que posso, faço-o porque tenho todo o direito de me manifestar e deixar a minha posição clara! E isto é válido em casa, no trabalho e na vida no geral! E, claro, em eleições. Detesto campanhas eleitorais, acho-as demasiado longas (e caras) e uma palhaçada brutal ver os políticos serem mais sociáveis e conhecedores da realidade em dez dias do que em quatro anos, já para não falar das beijocas e abraçinhos que dão com aquela cara de "arranjem-me um lenço cheio de álcool com urgência....". Tudo pelo voto! Jogadas políticas pouco ortodoxas, discursos cínicos e pouco esclarecedores e políticos pobres, nos argumentos e nas ideias que implementam é a realidade que temos! Mas temo-la porque, de uma maneira geral, nos estamos a borrifar para a política e só nos lembramos dela quando há uma lei que nos prejudica um pouco mais. O problema é que, gostando ou não, a política influencia a nossa vida e "sacudir a água do capote" não é uma atitude nada responsável e tão-pouco correta! Para além de que, só transmitimos a estes políticos que nos podem fazer o que quiserem porque, para o bem ou para o mal, a maior parte fica em casa, na praia ou no shopping!
Quando era pequena, detestava sopa e peixe mas os meus pais obrigavam-me a comer (tantas vezes comi frio) para crescer saudavelmente. Com a política, é mais ou menos isto, não gosto mas mantenho-me informada e uso o meu dever (mais do que direito) de voto.Tem que ser e opções não faltam. Em partidos (e são tantos), em branco, nulo....ficar em casa é que não conta! Chama-se a isto, cidadania que, ao contrário do que muitos pensam, não é só ajudar a velhinha a passar a rua ou não estacionar nos passeios. Por isso, vão votar! Vão de chinelos, de roupão, de pijama (há quem vá assim ao pão, não há?), vão como quiserem, mas vão! Se não forem, depois não se venham queixar, porque quem não vota também não tem direito a reclamar, pelo menos, direito moral!